Tem dias que viver cansa...
desgasta, desencanta,
Que a alma sufoca e não descansa...
Tem dias que o átomo e a estratosfera não somam,
O ar não coopera, a esperança não espera,
A tristeza mata a quimera
E juntos morrem todos os sonhos.
Tem dias em que você repensa a vida,
Pra quê estrada, chegada ou partida
Se nada muda literalmente de lugar?
Pra quê ganhar apenas um bocado de pão?
Adjetivar a vida substancialmente entrelaçada de exaustão?
Terapia, estudo, trabalho, tentativa, espera, sofreguidão?
Ansiedade, depressão ou apenas cansaço?
Viver, ou ressignificar. Morrer simplifica?
O que traz valor à vida?
Dignidade é só trabalho?
E no final do mês apenas um salário?
Que fazer então quando já não há mais razão?
Quando tudo que você faz ou pensa é em solução?
O óleo derramado o intoxicou.
Morreu de morte matada ou de morte morrida?
Ninguém sabe, nem viu sua ferida, apenas sangrou lentamente até deixar de existir.
- Quantas vezes vou precisar morrer um pouco antes da minha morte?