sábado, 15 de junho de 2013

Consciência cidadã é igual a respeito e liberdade de expressão.

Há pouco estava lendo o depoimento do Jovem Vitor Samuel*, e, pude notar a transparência com que seu texto foi escrito, algo simples mas detalhadamente rico mostrando a visão de alguém que veio conhecer o outro lado da história e sentir na pele o que significa ser um jovem cidadão brasileiro. Não defendo política nem partido, nem vou falar mau dos governantes, não é este meu propósito. Gostaria é que os jovens e meu alunos despertassem para a importância dos estudos, do respeito e da cidadania que deve ser exercida.
Desde que me conheço por gente, os aumentos das passagens (ainda que aparentem valores quase insignificantes), tem acontecido, ano após ano, mas o que se observa tanto nas estradas que estão sendo privatizadas e nas que não são se encontram em situação drástica, caótica, os chamados "trechos privatizados" protegidos pelos pedágios, ainda há ruas que nem sequer pavimentadas são ou áreas urbanas em que o descaso é clarividente. Precisamos como seres pensantes e atuantes na sociedade nos conscientizar de tudo aquilo o que nos rodeia e opinarmos atuando de forma positiva, tanto na escolha do nosso representante legal no governo, quanto numa manifestação pacífica em prol de um interesse comum e isso pode existir mas como o próprio Vitor diz no seu relato e como os próprios manifestantes agiram, com respeito.
As coisas não param de subir de preço. O salário mínimo continua sendo uma vergonha e ao mesmo tempo muitas famílias tem realizado milagres com ele, digo milagres porque não dá para viver como se deveria com valores tão pequenos. Desde pequeno observo que quando há um reajuste no "mínimo" há um reajuste em todas as outras coisas, o que me fazia questionar se deveria haver realmente um reajuste no salário se tudo iria por consequência aumentar de preço também. Não sou economista e talvez nunca compreenda essa dinâmica salarial mas, nem por isso deixo de pensar que poderia ser diferente, se houvesse respeito, o "mínimo" respeito.
Não é difícil notar a quantas anda a situação educacional e a saúde. As escolas públicas ainda que em cidades consideradas ponto crucial de desenvolvimento de alguns estados, ainda estão carecendo de material, hospitais abandonados sem recursos, sem medicamentosos ou pior, sem a presença física de um médico plantonista para prestar atendimento. São coisas que só vamos tomando conhecimento quando estamos envolvidos(não falo por falar, mas por experiência prática, vivenciada). Talvez se o Vitor não tivesse tido este contato, ele não pudesse dar esse testemunho de paz(ainda que às vezes soe como unilateral) e há certas experiências que só sendo cidadão(ou do lado quem precisa de atendimento ou dos que prestam atendimento "público") para poder saber como esse respeito é importante.
Essa semana vi na televisão a professora Amanda Gurgel ligada a um partido, relembrei da história sobre o "cuzcuz alegado" e o salário indigno da classe a qual pertenço e de minha visão futurista e sonhadora de que logo logo, ela estaria de um lado aonde pudesse por em prática a defesa do seu discurso há quase 2 anos atrás onde falava do respeito pela classe dos educadores. Deixo uma crítica neste momento e parabenizo pela coragem e digo, professores conscientes não se submetem a chantagens ou ao individualismo que os priva de se unir num protesto como esse. Não professor, você não precisa ir às ruas mas pode, se quiser. Não professor, você não precisa entrar num partido político mas pode se afiliar, se quiser. Não professor você não precisa aderir a greve por seus direitos mas com todo respeito, deve, se quiser, você também compõe a sociedade democrática em que vive.
Não me surpreendo que o jovem Vitor Samuel, seja "capturado" por um partido a fim de representar uma classe que deveria ser a dominante no nosso país(a de jovens). Mas não basta ser jovem para dominar e governar o país, é preciso respeito, reconhecimento e responsabilidade. Os estudantes precisam acordar, sair das redes sociais e do mundo virtual a que se prendem, parar de ver na televisão os artistas fazendo protestos ou simplesmente vendo-os nos programas e novelas e achando que eles é que farão a diferença ou a mudança necessária reivindicando seus direitos. É bem verdade que alguns agem assim, se movem como por exemplo a favor da preservação da Amazônia ou contrários à polêmica construção de Belo Monte, mas essa mudança é individual, essa conscientização e esse desenvolvimento social deve vir de cada um para que o todo se torne um manifesto respeitável e digno de cidadãos onde a copa de 2014 será sediada. 
Há a necessidade de se construir cidadãos conscientes de que a educação é prioridade, que professor é autoridade e merece respeito e tem um papel crucial na formação dessa sociedade que aí se encontra, mostrar a importância que a saúde deve ter, quer seja através de um bom atendimento ou às questões de infraestrutura de que realmente os hospitais e postos necessitam. Isso é construir respeito pelos jovens(educandos) é permitir respeito aos idosos, porque a juventude passa e um dia todos necessitarão da saúde e o cuidar dos idosos também é demonstrar respeito com aqueles que ajudaram a "construir" o nosso país.
O respeito deve começar por mim e por você. Ele se inicia quando eu vejo a necessidade de não ser mais um na sociedade passiva que recebe da mídia(televisiva ou não) visões distorcidas sobre o que é ser brasileiro muitas vezes. É triste ver que lá fora, no exterior, somos vistos como o país do carnaval aonde o sexo é o sobrenome e aonde só existem ladrões e favelas. Não sou eu quem digo, é só assistirem às últimas produções cinematográficas aonde o Brasil empresta seu cenário para ser ultrajantemente satirizado e incluo animações de bilheterias milionárias em que personagens representam, por exemplo, a população carioca. Posso citar nomes de filmes e de artistas de "renome"? Posso mas não farei. Peço que você veja as coisas com outros olhos e com a criticidade e inteligência que possui, para que possas entender as mensagens que nem sempre são subliminares de que o nosso país é um país de desrespeito e bagunça.
A ordem e o progresso ainda se fazem necessárias mas nada sem respeito pode ter uma base sólida, pode ser construído. E deixo aqui, ao Vitor, as minha congratulações por ter se mantido na zona "neutra", ética e decente de um cidadão consciente de seus deveres e direitos.

Conscientizar é papel de todos nós.

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