quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Minha finitude infinita

Vestido para matar
Mas com vontade de morrer
Pulsam as palavras que não disse
E que talvez já não faça sentido dizer
Dizê-las a quem? Pra quê?
Elas podem ter perdido a eficácia
Talvez se perderam nas galáxias
(dos meus pensamentos
Sinceros, tímidos e às vezes inoportunos...)
Mas desapropriadamente eu segui, caminhei, chorei e sorri
Como quem acreditava, como quem quis...
E eu quis.

Queria ser diferente, mas não sou,
Queria ter mais, mas não tenho...
Queria ser menos, mas fui mais.
Queria ter menos, mas tive mais...

Difícil coisa é contentar-se com pouco.
Sabe, quando se é muito e não se sabe o que fazer com tão pouco?

Ligar o rádio, escolher uma canção, reviver uma lembrança, mudar de estação...
Enxergar o pássaro que pousa na areia e se banha, colocar as mãos pra fora quando se pega uma carona só pra sentir o vento passando pelas suas mãos, lembrar de datas, nomes e épocas, perceber o tempo...
...sentir o cheiro do tempo e saber que vai chover "olha como as nuvens se agrupam no céu",
às vezes é muito bom, às vezes é muito ruim...

Queria ser diferente, mas não sou,

Queria ser menos, mas não fui.
Achava que merecia mais, mas tive o suficiente,
Só não sei se isso me bastou, acho que agradeci.

Mas difícil coisa é contentar-se,
pior ainda acomodar-se.
Morrer à sorte, mas sem desastre.
Difícil coisa mesmo é ser gente
Mas gente de verdade,
Que nasce, vive e pensa.

Porém com tudo o que vejo,
melhor seria não pensar,
nem nascer, apenas viver...
E viver bastaria, se não fosse a morte, a culpada dessa ânsia e necessidade
,pois sabemos que os seres finitos tem tempo para tudo.