sábado, 7 de março de 2020

Será que posso ser o homem que sou?

Homem ou mulher, cristão ou não cristão, rico ou pobre todos podem passar por alguma dessas situações. a depressão e algumas outras doenças são avassaladoras e há tratamento e ajuda, mas sempre houve críticas do tipo “cristão não fica deprimido, meu psicólogo é Jesus” , “isso é falta de fé”, ou “isso é mimimi”, “age assim porque não levou umas boas palmadas”, há casos em que o doente ainda é tratado(a) como maluco só por ter ou estar passando por um momento como esses de ansiedade, insegurança, medo ou depressão. As vezes somos culpados por contribuir para o estado emocional do outro, mas nem nos damos conta de que certas atitudes ou palavras ferem quem já tem algum tipo de problema ou dificuldade. O homem só é diferente da mulher,muitas vezes, apenas no aspecto físico(se bem que há mulheres mais fortes fisicamente que outros homens), mas fala-se tanto de empoderamento feminino, de "Emancipação Feminina", de união de classe(gênero), mas os homens são tratados como se todos fossem iguais em tudo, principalmente nos erros. Quantas vezes um homem/menino não ouve palavras como “homem não chora”, “filhinho da mamãe/do papai”, “que nada é preguiçoso”, “isso aí não vai ser ninguém”, “brincando com meninas?” “Engula o choro”, e noutras vezes quando adulto isso piora. Apesar da emancipação das mulheres o homem ainda é visto como provedor, como alguém que mata baratas, pega sapo pela mão ou deve ser encanador, eletricista, técnico em informática, “super pai”e às vezes até advogado. “Amor, conserta o liquidificador” , “pai, tem um sapo na garagem”, “olha a barata voadora, mata, mata”, “você não vai fazer nada?” . Como se o homem não pudesse ter medo, insegurança ou não pudesse não saber fazer determinada coisa como o pai de outrem fazia. Parem de cobrar dos homens aquilo que muitas vezes vocês não tem e não são. Parem de cobrar dos homens maturidade e perfeição, parem de cobrar dos homens a obrigação pela sua satisfação ou felicidade. Não tá tendo orgasmo? Converse, mostre a ele o caminho, o seu jeito, deixe clara suas preferências, conheça-o. Ou ele é o puto que vocês gostariam e rejeitam? Empoderamento algum deve diminuir o outro ou menosprezar um sentimento.


quarta-feira, 4 de março de 2020

Já faz tanto tempo que deixei...

Faz quanto tempo que você não me conhece, não ouve minhas histórias, não vê os meus retratos? Quando foi a última vez que você me ouviu ler um poema meu ou de outro poeta como Vinícius ou Pessoa?
Por onde andastes na busca vã de seus interesses que não comparecestes aos meus aniversários com  uma singela lembrancinha da grande amizade que dizias ter por mim? Você provavelmente leu o livro que eu te dei ou largou pela metade como alguns que te emprestei, será que você em algum momento me leu? Será que lembra o nome do livro?
Talvez meu linkedin você tenha acessado, talvez chefes como os que eu tive em algum momento você não  teria suportado, mas será que só você passou por dificuldades e mudanças bruscas nessa vida?
Você se recorda de onde morei? Os lugares bons que frequentei? Essas memórias são minhas, mas em algumas você também estava lá. Recorda tudo o que perdi, ou aquilo que eu já reconquistei? Quantas vezes em silêncio na noite nublada silenciosamente eu gritei? Uma vez você ouviu, as outras, nem te contei.
Se mudar fosse preciso, mudei.
Se querer fosse o poder atrativo, quis.
Se criar e inovar foi produtivo, fiz.
Você lembra daquela vez? Não, dessa vez você não estava lá, bem provável que eu também não lembre, pois já não fiz questão de saber, se algum dia eu soube, não foi por você...
Qual a distância que separa o meu eu de você?
Faz quanto tempo que você realmente me visitou com apenas o objetivo de me ver? 
Lembro daquela festa que você queria ir e eu já nem fui, lembro daquela vez que você me visitou porque queria fugir, mas nem perguntei de que... mas lembro do dia que visitou minha cidade e nem me esperou para almoçarmos juntos, matar a saudade que eu ainda sentia e nossa como  eu queria ter lhe visto.
Lembro que eu já te perdoei por te amar e amaria e perdoaria novamente, mas lembro-me de que nunca serei a pessoa que você conheceria ou reconheceria se me visse novamente como  sou. 
Você não leu meus poemas, não viu minhas fotos, não sentiu minha dor, nem sorriu comigo, eu que sempre estive presente desinteressadamente. 
Você apenas fingiu ou achou que sabias o que era reciprocidade? Quem realmente deixou de ser recíproco? Acho que ninguém se analisarmos o real significado dessa palavra. Eu continuei ali sempre para você, mesmo  ausente, disposto a te aceitar quando você retornou, mas enxerguei que nem assim eu servi, então me retirei e deixei você a sós, como  sempre quisestes.
Eu fui embora e você nem viu.
Faz quanto tempo?